sábado, 7 de dezembro de 2013

A Cidade Pós Liberal - Jean Vargas

A Cidade Pós Liberal


BENEVOLO, Leonardo. A cidade pós-liberal. In: História da cidade. São Paulo: Perspectiva, 2009.

                A narrativa de Benevolo (2009, pag. 573) começa a partir da revolução de 1848, citando o abandono das teses liberais por alguns regimes europeus como o da França, Alemanha e os novos conservadores ingleses, da não-intervenção do Estado nos mecanismos setoriais. A partir de então, é citada o modo de como é dividida a parcela pública de administração da parcela privada, estabelecimento de regulamentos e execuções de obras. É registrado assim a passagem do modelo de cidade liberal para cidade pós-liberal.
                O autor relaciona caracteres do modelo pós-liberal e os correlaciona com o ambiente contemporâneo. Características que mudam totalmente o rumo do ambiente urbano. Relacionados abaixo, cito-os como ponto chave do texto.
                A divisão do ambiente público e propriedade imobiliária: Segundo Benevolo (2009, pág. 573) é definido e reconhecido o espaço entre as duas entidades, e ainda, é aqui que se reconhece a distinção de serviços primários e secundários.
                Da utilização dos terrenos: Benevolo (2009, pág. 574) diz que a administração influi apenas sobre as dimensões dos edifícios, não podendo influenciar em especulações imobiliárias, onde a valorização proveniente do desenvolvimento da cidade é de posse do proprietário.
                A formação do desenho da cidade sobre “frentes-de-rua”: Os núcleos centrais, onde o comércio era predominante, são construídos a partir de edificações que segundo a legislação da época, poderiam tomar o limite entre o espaço público e o privado, desenhando assim as principais ruas da cidade. “Todas as outras funções (residências, escritórios etc., situadas nos andares altos) estão restringidas neste esquema realizado de propósito para o comércio e para o tráfego, e sofrem seus inconvenientes: a promiscuidade, a falta de ar e de luz, os ruídos.” (Benevolo, 2009, pág. 574)
                O autor evidencia ainda outras características como a criação do subúrbio, a densidade excessiva, a falta de moradias de baixo custo e a sobreposição da cidade pós-liberal sobre a cidade antiga.
                Com tal sobreposição e o “direito” da propriedade privada, faz com que edifícios sejam passíveis de demolição, mudando outro contexto histórico. Nesse momento, o autor compreende como sendo a distinção entre técnicos e artistas.
                Outra grande discussão apresentada no texto é a respeito da formação da cidade de Paris, a intervenção do prefeito Haussmann, apoiado sobre as leis de expropriação e sanitária, o que lhe da um grande poder para a transformação da cidade. O texto apresenta mapas e plantas que exemplificam as projeções e mudanças feitas no sentido urbanístico da cidade.

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