sexta-feira, 31 de outubro de 2014

Ninguém tira ZERO no Enem. Muito curioso!! Saiba porquê.

O ENEM se aproxima e muitos candidatos ainda têm dúvidas sobre a forma de avaliação de cada participante. Como são calculados os valores das questões? Posso zerar minha nota do Enem? Se eu chutar e errar, minha pontuação diminui?

Para esclarecer essas dúvidas, está aí a conversa com dois especialistas na metodologia utilizada para correção, a TRI (Teoria de Resposta ao Item). Segundo eles, o sistema estatístico usado pelo Enem tem o objetivo de medir o conhecimento do participante de maneira precisa. Para isso, ao contrário dos vestibulares tradicionais, as notas são calculadas levando em conta a dificuldade de cada questão (chamada de item), além da quantidade de acertos.

"A TRI considera, em cada questão, três parâmetros (dificuldade, discriminação e acerto casual) que são utilizados para, em linhas gerais, ponderar o impacto de cada questão acertada ou errada pelo respondente em sua pontuação na escala [de conhecimento]", explica Tadeu da Ponte, diretor da companhia de avaliação Primeira Escolha. Esse conhecimento é identificado a partir da análise do perfil de respostas do participante ao conjunto questões aplicadas.

De forma prática, uma pergunta que teve baixo índice de acertos é considerada difícil e, por isso, tem mais "peso" na pontuação final. Já aquelas que têm alto índice de acertos são classificadas como fáceis e contam menos pontos na nota final do candidato.

Posso tirar zero?

De acordo com o matemático Dalton Francisco de Andrade, professor de estatística da UFSC (Universidade Federal de Santa Catarina), é impossível zerar a nota do Enem, mesmo que o candidato deixe a prova em branco ou erre todas as questões -- apenas a redação pode ser zerada. 

Isso acontece porque as questões do exame não possuem o mesmo valor. Existem notas mínimas – que nunca partem do zero – e máximas para cada área do conhecimento. Elas dependem do grau de dificuldade do conjunto de perguntas.  Ao final de todo o exame, o Inep (Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira) desenvolve uma escala "de conhecimento" a partir das respostas obtidas. Com isso, ele calcula as notas mínimas e máximas de cada área da prova.

"Quando se monta uma prova as questões já vêm calibradas [fácil, médio, difícil]. Então, a questão mais fácil da minha prova pode ter, por exemplo, o valor de 300 e a mais difícil 800. Quem fizer o exame e errar tudo vai ganhar 300 pontos, pois este era o valor mínimo do exame. Tudo depende dos itens inseridos dentro dessa escala", explica Andrade.

Em 2013, as notas dos candidatos em ciências humanas variaram entre 299,5 e 888,7 pontos. Na prova de ciências da natureza, a nota máxima foi 901,3 e a mínima 311,5. Em matemática, a pontuação mínima foi 322,4 e a máxima 971,5. Em linguagens, a nota mais alta foi 813,3 pontos e a menor 261,3 pontos. Sendo assim, o candidato que errou todas as questões de ciências humanas conseguiu tirar 299,5 na edição do ano passado.

"É como, por exemplo, a altura de uma pessoa. Por mais baixa que uma pessoa seja, nunca terá altura zero. Sabemos, no entanto, que existe uma altura média para pessoas do sexo masculino aos 19 anos, que é de 169 centímetros. A partir disso, sabemos que um homem nessa idade que tenha 180 centímetros de altura está acima da média e outra que tenha 160 está abaixo. No caso do Enem funciona da mesma maneira, a escala em cada área foi calibrada para uma média de 500. Pessoas acima de 500 pontos em cada área estão acima dessa média", explica Tadeu da Ponte.

Resposta errada não diminui pontuação

Ao contrário do que alguns pensam, errar questões no Enem não faz o candidato perder pontos. Por isso, mesmo que o acerto tenha sido no chute, a questão contribuirá com o resultado final. "Todo acerto aumenta a nota. Mas vale lembrar que o acerto casual [o famoso chute] diferencia o resultado final do desempenho dos participantes", reforça o professor Andrade.

"Duas pessoas que acertam 11 itens. Desses, elas acertaram os dez mais fáceis. Uma acertou um item logo em seguida da escala de dificuldade (de fácil pra médio) e a outra acertou uma questão considerada bem difícil. Quem vai ganhar a nota maior é a que acertou 11º item próximo das questões de nível fácil, pois é mais provável que o acerto dela tenha sido por conhecimento. O outro candidato que acertou um difícil e errou todo o resto. Logo, o desempenho do primeiro foi melhor", exemplifica Andrade.

"É importante ressaltar que no acerto casual não significa que o método adivinha se uma pessoa 'chutou' uma questão. Ele serve apenas para identificar o nível de acertos de uma questão que seria obtido por candidatos que não saberiam como respondê-la", acrescenta Tadeu.

quarta-feira, 8 de outubro de 2014

A comissão Brundtland

Já vi publicações piores. Mandei essa foto com esse material sobre essa importante conferência ambiental. 
Os mais loucos vão ler.


terça-feira, 7 de outubro de 2014

Protocolo de Montreal

Protocolo de Montreal  sobre Substâncias que Destroem a Camada de Ozônio é um acordo internacional, criado no âmbito da Convenção de Viena para a Proteção da Camada de Ozônio de 1985 (onde os países se comprometeram em trocar informações, estudar e proteger a camada de ozônio), ao qual o Brasil aderiu em 1990, por meio do Decreto n.º 99.280 de 06/06/90, comprometendo-se a eliminar o CFC (cloro-flúor-carbono) completamente até 2010.

O Protocolo de Montreal é composto por cinco acordos firmados em Montreal, Canadá, em 16 de setembro de 1987. Durante dois anos o protocolo esteve aberto às assinaturas pelos países, recebendo a adesão de 46 governos que se comprometeram em reduzir em 50% a produção e consumo de CFCs até o ano 2000 e o abandono total da produção e do consumo de halons até 1992.

Até 1999 o Protocolo de Montreal havia passado por cinco revisões onde recebeu algumas emendas: em 1990 na reunião em Londres, Inglaterra, foi aceita a emenda (Emenda de Londres) pela qual as partes concordaram em abandonar totalmente a produção e consumo de CFCs até 2000 (até então o acordo era de reduzir em 50%). Nesta reunião também foi criado um fundo para ajudar financeiramente a implementação do Protocolo pelas partes (Fundo Multilateral para a Implementação do Protocolo de Montreal); em 1992 na reunião em Copenhagen, Dinamarca, ficou acordado o banimento total da produção e utilização dos HCFCs até 2030, que estavam sendo utilizados como substitutos dos CFCs, a meta do banimento dos CFCs foi antecipada para 1996 e, também, houve o congelamento da produção e consumo dos brometos de metila até 1995; em 1997 em Montreal, ficou acordado através de uma nova emenda o banimento do brometo de metila pelos países industrializados até 2005 e o mesmo para os países em desenvolvimento até 2015. Como ainda era, utilizados os CFC, instituiu-se uma licença para fins de exportação e importação da substância; em 1999 em Beijing, na China, foi feito o reabastecimento do Fundo Multilateral.

Foi fruto das reuniões sobre o Protocolo, também, a criação do Dia Internacional de Proteção a Camada de Ozônio em 16 de setembro, aprovado por resolução da Assembléia Geral das Nações Unidas em 1995.

No Brasil, a primeira ação para combater as Substâncias Destruidoras da Camada de ozônio (SDOs), antes mesmo da ratificação do Protocolo, foi a publicação da Portaria 01 de 10/08/88 pela então Secretaria Nacional de Vigilância Sanitária, mais tarde substituída pela Anvisa. Esta portaria regulamentou as embalagens de aerossóis livres de CFC. No mesmo ano o Ministério da Saúde proibiu o uso de CFCs em produtos cosméticos, de higiene e perfumes.

Em 1991, após a ratificação do Protocolo foi criado o GTO, Grupo de Trabalho do Ozônio, que estabeleceu diretrizes para eliminação dos CFC e criou o Programa Brasileiro para eliminação da Produção e Consumo das Substâncias que Destroem a Camada de Ozônio, PBCO, em 1994.

Em 1995 foi aprovada a Resolução CONAMA n.º 13 que deu prioridade para a conversão tecnológica industrial na eliminação dos CFCs. Mais tarde a resolução foi revogada e uma outra resolução, a n.º 267/00 proibiu definitivamente o uso de CFCs em novos produtos. Ainda em 1995, foi criado o PROZON – Comitê-Executivo Interministerial para a Proteção da Camada de Ozônio.

Para banir de vez o uso de CFCs no Brasil, foi criado o Plano Nacional para Eliminação de CFCs em 2002. Desde então, o uso de CFCs no Brasil caiu de 10 mil toneladas em 1995, para 480 toneladas em 2006, representando cerca de 90% de redução.

Protocolo de Kyoto

Esse Protocolo tem como objetivo firmar acordos e discussões internacionais para conjuntamente estabelecer metas de redução na emissão de gases-estufa na atmosfera, principalmente por parte dos países industrializados, além de criar formas de desenvolvimento de maneira menos impactante àqueles países em pleno desenvolvimento.

Diante da efetivação do Protocolo de Kyoto, metas de redução de gases foram implantadas, algo em torno de 5,2% entre os anos de 2008 e 2012. O Protocolo de Kyoto foi implantado de forma efetiva em 1997, na cidade japonesa de Kyoto, nome que deu origem ao protocolo. Na reunião, oitenta e quatro países se dispuseram a aderir ao protocolo e o assinaram, dessa forma, comprometeram-se a implantar medidas com intuito de diminuir a emissão de gases.

As metas de redução de gases não são homogêneas a todos os países, colocando níveis diferenciados de redução para os 38 países que mais emitem gases, o protocolo prevê ainda a diminuição da emissão de gases dos países que compõe a União Europeia em 8%, já os Estados Unidos em 7% e Japão em 6%. Países em franco desenvolvimento como Brasil, México, Argentina, Índia e, principalmente, China, não receberam metas de redução, pelo menos momentaneamente.

O Protocolo de Kyoto não apenas discute e implanta medidas de redução de gases, mas também incentiva e estabelece medidas com intuito de substituir produtos oriundos do petróleo por outros que provocam menos impacto. Diante das metas estabelecidas, o maior emissor de gases do mundo, Estados Unidos, desligou-se em 2001 do protocolo, alegando que a redução iria comprometer o desenvolvimento econômico do país.

As etapas do Protocolo de Kyoto

Em 1988, ocorreu na cidade canadense de Toronto a primeira reunião com líderes de países e classe científica para discutir sobre as mudanças climáticas, na reunião foi dito que as mudanças climáticas têm impacto superado somente por uma guerra nuclear. A partir dessa data foram sucessivos anos com elevadas temperaturas, jamais atingidas desde que iniciou o registro.

Em 1990, surgiu o IPCC (Painel Intergovernamental sobre Mudança Climática), primeiro mecanismo de caráter científico, tendo como intenção alertar o mundo sobre o aquecimento do planeta, além disso, ficou constatado que alterações climáticas são principalmente provocadas por CO2 (dióxido de carbono) emitidos pela queima de combustíveis fósseis.

Em 1992, as discussões foram realizadas na Eco-92, que contou com a participação de mais de 160 líderes de Estado que assinaram a Convenção Marco Sobre Mudanças Climáticas.

Na reunião, metas para que os países industrializados permanecessem no ano de 2000 com os mesmos índices de emissão do ano de 1990 foram estabelecidas. Nesse contexto, as discussões levaram à conclusão de que todos os países, independentemente de seu tamanho, devem ter sua responsabilidade de conservação e preservação das condições climáticas.

Em 1995, foi divulgado o segundo informe do IPCC declarando que as mudanças climáticas já davam sinais claros, isso proveniente das ações antrópicas sobre o clima. As declarações atingiram diretamente os grupos de atividades petrolíferas, que rebateram a classe científica alegando que eles estavam precipitados e que não havia motivo para maiores preocupações nessa questão.

No ano de 1997, foi assinado o Protocolo de Kyoto, essa convenção serviu para firmar o compromisso, por parte dos países do norte (desenvolvidos), em reduzir a emissão de gases. No entanto, não são concretos os meios pelos quais serão colocadas em prática as medidas de redução e se realmente todos envolvidos irão aderir.

Em 2004 ocorreu uma reunião na Argentina que fez aumentar a pressão para que se estabelecessem metas de redução na emissão de gases por parte dos países em desenvolvimento até 2012.

O ano que marcou o início efetivo do Protocolo de Kyoto foi 2005, vigorando a partir do mês de fevereiro. Com a entrada em vigor do Protocolo de Kyoto, cresceu a possibilidade do carbono se tornar moeda de troca. O mercado de créditos de carbono pode aumentar muito, pois países que assinaram o Protocolo podem comprar e vender créditos de carbono.

Na verdade, o comércio de carbono já existe há algum tempo, a bolsa de Chicago, por exemplo, já negociava os créditos de carbono ao valor de 1,8 dólares por tonelada, já os programas com consentimento do Protocolo de Kyoto conseguem comercializar carbono com valores de 5 a 6 dólares a tonelada.

sábado, 4 de outubro de 2014

China ignora promessas de manter democracia em Hong Kong

Protesto em Hong Kong (Getty)
Novas regras para as eleições de 2017 gerou revolta em Hong Kong

Os manifestantes que ocupam Hong Kong neste momento costumam entoar em uníssono: "Queremos de voto universal!"

Vestindo camisetas pretas e com laços amarelos, os símbolos do movimento pró-democracia da cidade, eles foram às ruas em resposta à decisão dos líderes chineses de limitar as possibilidades de quem pode concorrer ao governo desta região autônoma, nas eleições em 2017.

As regras praticamente impossibilitam que um nome do qual o governo da China desconfie se candidate.

Como resultado disso, os manifestantes acusam Pequim de renegar décadas de promessas de dar a Hong Kong uma democracia genuína.

Mas, apesar deste sentimento geral e raivoso de que a China não respeitou o espírito dos acordos que aceitou, há um intenso debate sobre se a lei foi violada.

'Confusão'

Alan Hoo, um advogado de renome e um especialista na Lei Básica, a Constituição de Hong Kong, disse à BBC que a China não quebrou suas promessas.

"Acho que há uma grande confusão sobre isso", ele afirma. "Em primeiro lugar, não se trata de uma promessa. É uma obrigação legal e constitucional que foi colocada na Lei Básica."

Hoo, presidente do conselho do Instituto da Lei Básica e um conhecido nome pró-Pequim em Hong Kong, se refere ao artigo 45 da lei, que se refere especificamente à norma de "uma pessoa, um voto".

"O objetivo final é a escolha do governador pelo sufrágio universal, por meio da nomeação por um comitê, de acordo com os procedimentos democráticos", ele diz.

De acordo com interpretação conservadora feita por Pequim, este artigo fez com que dezenas de milhares de pessoas fossem às ruas.

Novas regras

Leung (AFP)
O atual governador de Hong Kong, CY Leung, também é alvo de críticas

As regras anunciadas no fim de agosto pelo comitê do Parlamento chinês dizem que os candidatos devem ter o apoio da maioria dos membros do comitê e só pode haver dois ou três candidatos.

CY Leung, o atual governador, esclareceu depois que o comitê de nomeação seria formado a partir do já existente comitê eleitoral, composto por membros que, em sua maioria, são leais a Pequim - e que foram responsáveis pela eleição de Leung, em 2012.

"As pessoas estão nas ruas para exigir seu direito de nomear os candidatos", afirma Hoo. "Segundo acordos internacionais, o sufrágio universal significa ter o direito de eleger e ser eleito. Não há um direito de nomear."

Esse argumento é questionado por aqueles que acusam o governo chinês de não cumprir suas promessas com base nesta linguagem legal flexível.

Entre eles, está o ex-governador de Hong Kong, Chris Patten.

Garantias

Anos antes da colônia britânica ser devolvida à China em 1997, uma série de líderes chineses garantiu ao público em Hong Kong que o futuro estaria no "um voto, uma pessoa".

Em comentário feito jornal oficial do governo People's Daily em março de 1993, Lu Ping, então diretor do Escritórios de Assuntos Relativos a Macau e Hong Kong, disse: "Como Hong Kong desenvolverá sua democracia no futuro é algo de total autonomia de Hong Kong."

E, numa carta escrita em 1984, o premiê Zhao Ziyang prometeu a estudantes em Hong Kong que proteger o direito democrático popular de votar era um princípio básico do governo.

Ele garantiu que a democracria viria a imperar em Hong Kong algum dia.

Mas, apenas cinco anos depois, Zhao, um líder relativamente liberal, seria punido por ficar do lado de estudantes que manifestavam na Praça Tiananmen, passando o resto de sua vida em prisão domiciliar.

Direito de escolher

Emily Lau (BBC)
Emily Lau, do Partido Democrático, não quer seguir o mesmo sistema do Irã ou da Coreia do Norte

Emily Lau, presidente do Partido Democrático de Hong Kong, acredita que estas promessas ainda deveriam ser cumpridas.

Ela afirma que o sufrágio universal significa que eleitores deveriam ter o direito de escolher os candidatos.

A Coreia do Norte e o Irã também seguem o sistema de "uma pessoa, um voto", mas restrigem a lista de candidatos.

"Seremos como o Irã e a Coreia do Norte?", ela questiona. "Não, somos Hong Kong. Queremos seguir padrões internacionais e dar aos eleitores uma escolha genuína."

Os manifestantes dizem que, para que os protestos acabem, Hong Kong e o governo chinês devem dar ouvidos à voz do povo.

Eles argumentam que o público em geral compreende que são cidadãos chineses.

"Tenho certeza que, quem for eleito, amará a China e Hong Kong e será capaz de defender os intereses do povo de Hong Kong, além de trabalhar com Pequim", diz Lau.

"Estas pessoas existem. Só dêem a nós o espaço para nomeá-las. E para que as pessoas as elejam."

Texto extraído da BBC de Londres