terça-feira, 7 de abril de 2015

Revolução Francesa

Pode se dizer que a Revolução Francesa  teve relevante papel nas bases da sociedade de uma época, além de ter sido um marco divisório da história dando início à idade contemporânea.

revolucao francesa

Foi um acontecimento tão importante que seus ideais influenciaram vários movimentos ao redor do mundo, dentre eles, a nossa Inconfidência Mineira.

Esse movimento teve a participação de vários grupos sociais: pobres, desempregados, pequenos comerciantes, camponeses (estes, tinham que pagar tributos à nobrezae ao clero).

Em 1789, a população da França era a maior do mundo, e era dividida em três estados: clero (1º estado), nobreza (2º estado) e povo (3º estado).

Clero

  • Alto clero (bispos, abades e cônicos)
  • Baixo clero (sacerdotes pobres)

Nobreza

  • Nobreza cortesã (moradores do Palácio de Versalhes)
  • Nobreza provincial (grupo empobrecido que vivia no interior)
  • Nobreza de Toga (burgueses ricos que compravam títulos de nobreza e cargos políticos e administrativos)

Povo

  • Camponeses
  • Grande burguesia (banqueiros, grandes empresários e comerciantes)
  • Média burguesia (profissionais liberais)
  • Pequena burguesia (artesãos e comerciantes)
  • Sans-culottes (aprendizes de ofícios, assalariados, desempregados). Tinham este nome porque não usavam os calções curtos com meias típicos da nobreza.

O clero e a nobreza tinham vários privilégios: não pagavam impostos, recebiam pensões do estado e podiam exercer cargos públicos.

O povo tinha que arcar com todas as despesas do 1º e 2º estado. Com o passar do tempo e influenciados pelos ideais do Iluminismo, o 3º estado começou a se revoltar e a lutar pela igualdade de todos perante a lei. Pretendiam combater, dentre outras coisas, o absolutismo monárquico e os privilégios da nobreza e do clero.

A economia francesa passava por uma crise, mais da metade da população trabalhava no campo, porém, vários fatores ( clima, secas e inundações), pioravam ainda mais a situação da agricultura fazendo com que os preços subissem, e nas cidades e no campo, a população sofria com a fome e a miséria.

Além da agricultura, a indústria têxtil também passava por dificuldades por causa da concorrência com os tecidos ingleses que chegavam do mercado interno francês. Como conseqüência, vários trabalhadores ficaram desempregados e a sociedade teve o seu número de famintos e marginalizados elevados.

Toda esta situação fazia com que a burguesia (ligada à manufatura e ao comércio) ficasse cada vez mais infeliz. A fim de contornar a crise, o Rei Luís XVI resolveu cobrar tributos ao povo (3º estado), em vez de fazer cobranças ao clero e a nobreza.

Sentindo que seus privilégios estavam ameaçados, o 1º e 2º estado se revoltaram e pressionaram o rei para convocar a Assembléia dos Estados Geraisque ajudaria a obrigar o povo a assumir os tributos.

OBS: A Assembléia dos Estados Gerais não se reunia há 175 anos. Era formada por integrantes dos três estados, porém, só era aceito um voto para cada estado, como clero e nobreza estavam sempre unidos, isso sempre somava dois votos contra um do povo.

Essa atitude prejudicou a nobreza que não tinha consciência do poder do povo e também porque as eleições para escolha dos deputados ocorreram em um momento favorável aos objetivos do 3º estado, já que este vivia na miséria e o momento atual do país era de crise econômica, fome e desemprego.

Em maio de 1789, após a reunião da Assembléia no palácio de Versalhes, surgiu o conflito entre os privilegiados (clero e nobreza) e o povo.

A nobreza e o clero, perceberam que o povo tinha mais deputados que os dois primeiros estados juntos, então, queria de qualquer jeito fazer valer o voto por ordem social. O povo (que levava vantagem) queria que o voto fosse individual.

Para que isso acontecesse, seria necessário uma alteração na constituição, mas a nobreza e o clero não concordavam com tal atitude. Esse impasse fez com que o 3º estado se revoltasse e saísse dos Estados Gerais.

Fora dos Estados Gerais, eles se reuniram e formaram a Assembléia Nacional Constituinte.

O rei Luís XVI tentou reagir, mas o povo permanecia unido, tomando conta das ruas. O slogan dos revolucionários era “Liberdade, Igualdade e Fraternidade”.

Em 14 de julho de 1789 os parisienses invadiram e tomaram a Bastilha (prisão) que representava o poder absoluto do rei, já que era lá que ficavam os inimigos políticos dele. Esse episódio ficou conhecido como "A queda da Bastilha"

O rei já não tinha mais como controlar a fúria popular e tomou algumas precauções para acalmar o povo que invadia, matava e tomava os bens da nobreza: o regime feudalsobre os camponeses foi abolido e os privilégios tributários do clero e da nobreza acabaram.

No dia 26 de agosto de 1789 a Assembléia Nacional Constituinte proclamou a Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão, cujos principais pontos eram:

  • O respeito pela dignidade das pessoas
  • Liberdade e igualdade dos cidadãos perante a lei
  • Direito à propriedade individual
  • Direito de resistência à opressão política
  • Liberdade de pensamento e opinião

Em 1790, a Assembléia Constituintereduziu o poder do clero confiscando diversas terras da Igreja e pôs o clero sob a autoridade do Estado. Essa medida foi feita através de um documento chamado “Constituição Civil do Clero”. Porém, o Papa não aceitou essa determinação.

Sobraram duas alternativas aos sacerdotes fiéis ao rei.

  1. Sair da França
  2. Lutar contra a revolução

Muitos concordaram com essa lei para poder permanecer no país, mas os insatisfeitos fugiram da França e no exterior decidiram se unir e formar um exército para reagir à revolução.

Em 1791, foi concluída a constituição feita pelos membros da Assembléia Constituinte.

Principais tópicos dessa constituição

  • Igualdade jurídica entre os indivíduos
  • Fim dos privilégios do clero e nobreza
  • Liberdade de produção e de comércio (sem a interferência do estado)
  • Proibição de greves
  • Liberdade de crença
  • Separação do estado da Igreja
  • Nacionalização dos bens do clero
  • Três poderes criados (Legislativo, Executivo e Judiciário)

O rei Luís XVI não aceitou a perda do poder e passou a conspirar contra a revolução, para isso contatava nobres emigrados e monarcas da Áustria e Prússia (que também se sentiam ameaçados). O objetivo dos contra-revolucionários era organizar um exército que invadisse a França e restabelecesse a monarquiaabsoluta (veja Absolutismo na França).

Em 1791, Luís XVI quis se unir aos contra-revolucionários e fugiu da França, mas foi reconhecido, capturado, preso e mantido sob vigilância.

Em 1792, o exército austro-prussiano invadiu a França, mas foi derrotado pelas tropas francesas na Batalha de Valmy. Essa vitória deu nova força aos revolucionários franceses e tal fato levou os líderes da burguesia decidir proclamar a República (22 de setembro de 1792).

Com a proclamação, a Assembléia Constituinte foi substituída pela Convenção Nacional que tinha como uma das missões elaborar uma nova constituição para a França.

Nessa época, as forças políticas que mais se destacavam eram as seguintes:

  • Girondinos: alta burguesia
  • Jacobinos: burguesia (pequena e média) e o proletariado de Paris. Eram radicais e defendiam os interesses do povo. Liderados por Robespierre e Saint-Just, pregavam a condenação à morte do rei.
  • Grupo da Planície: Apoiavam sempre quem estava no poder.

Mesmo com o apoio dos girondinos, Luís XVI foi julgado e guilhotinado em janeiro de 1793. A morte do rei trouxe uma série de problemas como revoltas internas e uma reorganização das forças absolutistas estrangeiras.

Foram criados o Comitê de Salvação Pública e o Tribunal Revolucionário (responsável pela morte na guilhotina de muitas pessoas que eram consideradas traidoras da causa revolucionária).

Esse período ficou conhecido como “Terror”, ou "Grande Medo", pois os não-jacobinos tinham medo de perder suas cabeças.

Começa uma ditadura jacobina, liderada por Robespierre. Durante seu governo, ele procurava equilibrar-se entre várias tendências políticas, umas mais identificadas com a alta burguesia e outras mais próximas das aspirações das camadas populares.

Robespierre conseguiu algumas realizações significativas, principalmente no setor militar: o exército francês conseguiu repelir o ataque de forças estrangeiras.

Durante o governo dele vigorou a nova Constituição da República (1793) que assegurava ao povo:

  • Direito ao voto
  • Direito de rebelião
  • Direito ao trabalho e a subsistência
  • Continha uma declaração de que o objetivo do governo era o bem comum e a felicidade de todos.

Quando as tensões decorrentes da ameaça estrangeira diminuiram, os girondinos e o grupo da planície uniram-se contra Robespierre que sem o apoio popular foi preso e guilhotinado em 1794.

Após a sua morte, a Convenção Nacional foi controlada por políticos que representavam os interesses da alta burguesia. Com nova orientação política, essa convenção decidiu elaborar outra constituição para a França.

A nova constituição estabelecia a continuidade do regime republicano que seria controlado pelo Diretório (1795 - 1799). Neste período houve várias tentativas para controlar o descontentamento popular e afirmar o controle político da burguesia sobre o país.

Durante este período, a França voltou a receber ameaças das nações absolutistas vizinhas agravando a situação.

Nessa época, Napoleão Bonaparteganhou prestígio como militar e com o apoio da burguesia e do exército, provocou um golpe.

Em 10/11/1799, Napoleão dissolveu o diretório e estabeleceu um novo governo chamado Consulado. Esse episódio ficou conhecido como 18 Brumário.

Com isso ele consolidava as conquistas da burguesia dando um fim para a revolução.


domingo, 5 de abril de 2015

Lista de Fusos horários. PARA SE DIVERTIR




Por que a religião persiste mesmo depois de tanto avanço da ciência ?

A religião – a crença em seres sobrenaturais, incluindo deuses e fantasmas, anjos e demônios, almas e espíritos – está presente em todas as culturas e permeia toda a História.

A discussão sobre a vida após a morte remonta a, pelo menos, 50.000 a 100.000 anos atrás.
 
É difícil obter dados precisos sobre o número de crentes de hoje, mas algumas pesquisas sugerem que até 84% da população do mundo são membros de grupos religiosos ou dizem que a religião é importante em suas vidas.
 
Vivemos em uma era de um acesso ao conhecimento científico sem precedentes, o que alguns acreditam que é incompatível com a fé religiosa. Então, por que a religião é tão difundida e persistente?
 
Os psicólogos, filósofos, antropólogos e até mesmo os neurocientistas sugerem possíveis explicações para a nossa disposição natural de acreditar, e para o poderoso papel que a religião parece ter em nossas vidas emocionais e sociais.
 

Morte, cultura e poder

 
Mas antes de falar das teorias atuais, é preciso entender como surgiram as religiões e o papel que elas tiveram na vida de nossos ancestrais.
 
As primeiras atividades religiosas foram em resposta a mudanças corporais, físicas ou materiais no ciclo da vida humana, especialmente a morte.
 
Os rituais de luto são uma das mais antigas formas de experiência religiosa. Muitos de nossos antepassados não acreditavam que a morte era necessariamente o fim da vida – era apenas uma transição.
 
Alguns acreditavam que os mortos e outros espíritos podiam ver o que estava acontecendo no mundo e ainda tinham influência sobre os eventos que estão ocorrendo.
 
E essa é uma noção poderosa. A ideia de que os mortos ou até mesmo os deuses estão com a gente e podem intervir em nossas vidas é reconfortante, mas também nos leva a ter muito cuidado com o que fazemos.
 
Os seres humanos são essencialmente sociais e, portanto, vivem em grupos. E como grupos sociais tendem à hierarquia, a religião não é exceção.
 
Quando há um sistema hierárquico, há um sistema de poder. E em um grupo social religioso, a hierarquia localiza seu membro mais poderoso: a divindade - Deus.
 
É para Deus que temos de prestar contas. Hoje em dia, a religião e o poder estão conectados. Estudos recentes mostram que lembrar de Deus nos faz mais obedientes.
 
Até em sociedades que reprimiram a fé, surgiu algo que tomou seu lugar, como o culto a um líder ou ao Estado.
 
E quanto menos estável é um país politica ou economicamente, mais provável que as pessoas busquem refúgio na religião. Os grupos religiosos podem, ao menos, oferecer o apoio que o Estado não fornece a quem se sente marginalizado.
 
Assim, fatores sociais ajudam a desenvolver e fortalecer a fé religiosa, assim como a forma como nos relacionamos com o mundo e com os outros.
 

Outras mentes

 
Em todas as culturas, os deuses são, essencialmente, pessoas, mesmo quando têm outras formas.
 
Hoje, muitos psicólogos pensam que acreditar em deuses é uma extensão do nosso reconhecimento, como animais sociais, da existência de outros. E uma demonstração da nossa tendência de ver o mundo em termos humanos.
 
Nós projetamos pensamentos e sentimentos humanos em outros animais e objetos, e até mesmo nas forças naturais – e essa tendência é um dos pilares da religião.
 
Assim argumentou-se que a crença religiosa pode ser baseada em nossos padrões de pensamento e de cultura humana. Alguns cientistas, no entanto, foram além e analisaram nossos cérebros em busca do lendário "ponto Deus".
 

Deus no cérebro

 
Os neurocientistas têm tentado comparar os cérebros dos crentes e ao dos céticos, para ver o que acontece no nosso cérebro quando rezamos ou meditamos. Se conhece pouquíssimo sobre esse campo - mas há algumas pistas, especialmente no que diz respeito às aéreas cerebrais.
 
O córtex pré-frontal medial está fortemente associado com a nossa capacidade e tendência para entender os pensamentos e sentimentos dos outros. Muitos estudos têm mostrado que esta região do cérebro está especialmente ativa entre os crentes religiosos, especialmente quando estão rezando. Isso corrobora a visão de que a fé religiosa é uma forma de interação social.
 
Já o lobo parietal, de acordo com estudos pode estar envolvido em experiências religiosas, especialmente aquelas caracterizadas com a dissolução do ego.
 

Pontuando a vida

 
Na medida em que estamos constantemente à procura de padrões, estruturas e relações de causa-efeito, a religião pode fornecer uma variedade de estratégias para que essa busca faça sentido.
 
As crenças religiosas ajudam os seres humanos a se organizar e dar sentido a suas vidas. E em todas as culturas, e até mesmo entre ateus, os rituais podem ajudar a pontuar eventos importantes da vida.
 
Embora nem a neurociência, nem a antropologia e nem filosofia tenham uma resposta definitiva para a questão "Deus existe?", todas essas disciplinas dão pistas sobre como nós respondemos às nossas mais profundas necessidades humanas.
 
Talvez não sejamos programados para acreditar em Deus ou em um poder sobrenatural, mas somos animais sociais com uma necessidade evolutiva de ficar conectado com o mundo e com os outros.
 
De repente, as religiões são apenas canais para permitir essas conexões.

quinta-feira, 2 de abril de 2015

Potências e Irã definem plano de ação para concluir acordo até 30 de junho

Após uma maratona de negociações em Lausanne, na Suíca, negociadores dos EUA, do Irã e de outros cinco países anunciaram nesta quinta-feira (2) que definiram um plano de ação sobre pontos importantes de um pacto que vai limitar o programa nuclear do governo de Teerã.

O objetivo é concluir um acordo completo em 30 de junho.

O objetivo das conversas desta semana era sinalizar vontade política de ambas as partes e estabelecer os pontos chave para desenhar um acordo final em junho. "Encontramos soluções, estamos prontos para começar a rascunhar [o acordo] imediatamente", afirmou o ministro iraniano, Mohammad Javad Zarif, no Twitter antes da coletiva.

As negociações, que deveriam ter terminado na terça-feira (31), foram postergadas por duas vezes nesta semana. O principal ponto de conflito nas discussões seria a divergência entre EUA e Irã sobre o que anunciar neste momento.

Enquanto o governo de Teerã tentava adiar a resolução de questões técnicas, o governo norte-americano insiste em um rascunho detalhado do pacto.

O presidente dos EUA, Barack Obama, luta contra a mobilização política do Congresso americano, dominado pela oposição republicana, para aprovar novas sanções contra o Irã. As retaliações, diz, poderiam azedar um possível pacto.

Os parlamentares, em recesso até o próximo dia 14, concordaram em adiar a votação de projetos sobre o assunto até o fim das discussões desta semana.

Mas, para manter sua posição na queda de braço, o presidente precisava que sua equipe saísse de Lausanne com um rascunho do pacto bem construído e com definição de detalhes técnicos, o que parecia mais difícil a cada dia.

Dilma rejeitada e isolada.

Mesmo com a estratégia de melhorar a comunicação com a população e de explicar os ajustes feitos pelo governo, a reprovação ao governo da presidente Dilma Rousseff continua expressivo. A confiança da população na presidente Dilma Rousseff inverteu-se completamente em quatro anos, segundo a pesquisa CNI-Ibope divulgada nesta quarta-feira (1º).

Em março de 2011, quando começou o seu primeiro governo, Dilma tinha a confiança de 74% da população. Agora, no início de seu segundo mandato, o mesmo percentual de pessoas dizem não confiar na presidente.

O índice de desconfiança é o mais alto em 20 anos. Segundo a pesquisa, apenas 24% dos entrevistados dizem confiar na petista. O pior resultado havia sido registrado no início do segundo mandato do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB), em 1999. No fim daquele ano, o tucano tinha a confiança de apenas 27% da população.

A pesquisa mostrou também a reprovação ao governo Dilma chegou a 64%. A presidente perdeu popularidade em todos os estratos avaliados pela pesquisa, como combate à fome, ao desemprego e à inflação e impostos.

Em dezembro, quando a última pesquisa CNI-Ibope foi divulgada, Dilma teve 40% de aprovação e 27% de reprovação. Agora, apenas 12% dos entrevistados avaliaram o governo positivamente, enquanto 23% o consideraram regular.

A reprovação da maneira de governar da presidente também aumentou expressivamente, chegando a 78% da população. Apenas 19% dos entrevistados aprovam a maneira da petista de governar. Em dezembro, essa aprovação era de 52%.

ELEITORES

A presidente está perdendo popularidade entre seus eleitores, mostrando uma certa decepção do eleitorado. A pesquisa mostrou que houve uma queda entre os eleitores da petista de 63% para 22% na avaliação positiva do governo. Dentre os eleitores do senador Aécio Neves (PSDB-MG), a queda foi de 12% para 2%.

A pesquisa mostra que 76% dos entrevistados avaliam que o segundo governo Dilma está sendo pior que o primeiro, 18% avaliam que ele os dois mandatos estão sendo iguais e apenas 4% dos ouvidos acham que o segundo mandato está sendo melhor.

Questionados sobre as perspectivas para os próximos anos de governo, 55% acham que o futuro do governo não será bom. Apenas 14% acreditam que o restante do governo será ótimo ou bom.

A pesquisa CNI-Ibope analisou o primeiro trimestre deste ano. Realizada entre os dias 21 e 25 de março, ouviu 2.002 pessoas em 142 cidades. A margem de erro é de dois pontos percentuais para mais ou para menos, e o grau de confiança é de 95%.

Para o gerente-executivo de pesquisa e competitividade da CNI, Renato da Fonseca, os resultados negativos são decorrentes da crise econômica e do ajuste fiscal forte promovido pelo governo.

"O que a gente percebe é essa decepção. O que explica essa queda forte são os eleitores de Dilma que, com o quadro atual de intensificação da crise, desemprego aumentando e medidas de ajuste fiscal, geraram essa maior insatisfação. As questões econômicas passam a ser as mais criticadas", afirmou.

DESAPROVAÇÃO GERAL

A pesquisa avaliou nove áreas de atuação do governo. em todas elas a desaprovação é superior a 60% dos entrevistados.

A maior desaprovação foi verificada em relação à política de juros do governo e à atuação na área tributária, que registraram 89% e 90% de desaprovação, respectivamente. O combate à inflação registrou desaprovação de 84%; apenas 13% avaliaram o setor positivamente.

As áreas com melhor avaliação do governo ainda são o combate à fome e a à pobreza, com 33% de aprovação. Porém, a desaprovação também subiu neste setor, de 43% registrados em dezembro para 64% agora.

A popularidade da presidente é menor entre os mais jovens. Apenas 8% dos entrevistados com idade entre 25 e 34 anos avaliam o governo como ótimo ou bom, percentual que era de 36% na pesquisa anterior.

Entre os entrevistados com 16 a 24 anos, a aprovação na maneira de governar da presidente caiu de 51% para 14%. A faixa etária ainda com maior percentual de aprovação, 27%, permanece sendo o grupo de pessoas com mais de 55 anos ou mais.

A pesquisa mostrou ainda que a queda de popularidade foi maior na região Sul, onde a avaliação positiva do governo caiu de 40%, em dezembro, para 8% em março.

A região Nordeste também registrou queda de popularidade mas continua sendo o local onde a presidente é mais popular, com 34% de aprovação.


Prof. Mateus da Silva Soares Neto


Corrupção na Receita Federal. Mais essa agora.


Texto da Folha de São Paulo. 


Em e-mail apreendido pela Polícia Federal, um ex-presidente do Carf (Conselho Administrativo de Recursos Fiscais) afirma que garantiria à Ford "95% de chances" de a montadora sair vitoriosa em um processo para reduzir ou anular multas da Receita.

O ex-presidente, Edison Pereira Rodrigues, é investigado pela PF na Operação Zelotes, que apura um esquema de pagamento de propinas a integrantes do Carf, colegiado subordinado ao Ministério da Fazenda que analisa os recursos de contribuintes autuados pela Receita Federal.

Folha tentou contato com o ex-presidente, mas não conseguiu localizá-lo até a conclusão desta edição.

O e-mail, obtido pela reportagem, é de 2011 e não identifica quem é o seu destinatário. Nele, Rodrigues afirma que a Ford "perderia com certeza" se não utilizasse seus serviços para recorrer de multas.A montadora é um dos 74 alvos da polícia na operação. Ela não quis se pronunciar.

Para investigadores, a mensagem prova que a quadrilha que atuava no Carf tinha "facilitadores". Instituições privadas se utilizavam de lobistas com acesso aos conselheiros para reduzir seus débitos ou até zerá-los em "julgamentos viciados".

Rodrigues, na mensagem, cita ter "trabalhado para a Mitsubishi", com sucesso. A empresa também é investigada pela Operação Zelotes.

Rodrigues, que integrou o conselho entre 1995 e 2004, é pai de Meigan Sack Rodrigues –uma conselheira do Carf, segundo o site do órgão.

Na mensagem, Rodrigues fala em porcentagem de pagamento em caso de sucesso, o que pode ser interpretado como propina. "Se eu participar [...] eles têm mais ou menos 95% de chances de ganhar. Caso contrário, perderão com certeza. A bola está com vocês. [...] Não pagarão mais do que 2% a 3%."

SERVIÇOS JURÍDICOS

Logo após deixar o Carf, Edison Pereira Rodrigues tornou-se sócio da SGR Consultoria Empresarial Ltda., com um terço das cotas. Os outros sócios são José Ricardo da Silva, também suspeito, segundo as investigações, e João Batista Gruginski.

Folha obteve o contrato da SGR com a Mitsubish. Nele, fica claro que, além de serviços advocatícios, poderia haver "assessoria empresarial no relacionamento institucional junto a instituições públicas e privadas".

O escritório cobrou R$ 2,5 milhões como taxa fixa e outros R$ 16 milhões caso obtivesse êxito na prorrogação de benefícios decorrentes de uma lei que garantia créditos tributários para quem instalasse fábricas nas regiões Norte, Centro-Oeste e Nordeste, caso da Mitsubish. A empresa não se pronunciou.

RACHID

O secretário da Receita Federal, Jorge Rachid, comentou nesta quarta-feira (1) as suspeitas envolvendo o Carf.

Segundo ele, decisões irregulares do colegiado serão reexaminadas, mas só serão revistas as que tiverem manipulação comprovada.

"Há 74 processos administrativos que estão sob suspeita pelas informações que nós já dispomos. [...] Mas não necessariamente os R$ 19 bilhões serão revertidos a favor da Fazenda Nacional", afirmo, durante sessão da CPI do SwissLeaks, no Senado.

O secretário da Receita usou essa argumento para negar que a operação tenha alguma relação com o ajuste fiscal que o governo patrocina.