domingo, 4 de maio de 2014

Pradarias brasileiras

As pradarias brasileiras (Paulo dos Santos Silva Júnior)

Domínio Morfoclimático das Pradarias Brasileiras
As pradarias constituem um domínio morfoclimático característico de clima subtropical com zonas temperadas úmidas e sub-úmidas. Esse tipo de domínio pode ser verificado em varias partes do mundo, América do Norte, América do Sul, Europa, Ásia e áfrica.
O domínio das pradarias brasileiras é representado pelos pampas gaucho, localizado no Rio Grande do Sul. No geral as pradarias sul-americanas abrangem o Brasil, a Argentina e o Uruguai, nesses últimos, ela é chamada de coxilhas.
A vegetação das pradarias é formada predominantemente por plantas herbáceas, principalmente as gramíneas, espécie vegetal bastante adaptada ao clima seco e frio, pois nas zonas naturais das pradarias predomina a baixa pluviosidade, essas características climáticas não permitem o desenvolvimento de vegetação de grande porte como florestas, por isso nessas regiões praticamente não se registra a ocorrência de arvores de tamanhos consideráveis.
A vegetação de gramíneas é representada pelos gêneros Andropogon, Aristida, Paspalum, Panicum e Eragrotis,marcada pela presença do solo de brunizens, oriundo da decomposição de rochas sedimentares e ígneas, o que possibilita o desenvolvimento da pecuária extensiva de bovinos.
As gramíneas são bastante adaptadas as características morfoclimáticas das pradarias, também é uma espécie que possui um poder de recuperação muito rápido com relação às ações dos animais e das queimadas. Elas desenvolveram um mecanismo de adaptação que as torna capazes de brotar novamente após uma queimada, recuperando totalmente o local.
 Sua presença é indispensável para a proteção e conservação do solo, pois as gramíneas possuem um sistema radicular extremamente ramificado que ocupa densamente o solo, quando são destruídas, o solo torna-se vulnerável à erosão pela chuva e pelo vento. Como é uma área também chamada de pradarias mistas, o solo condiz ao mesmo. Segundo Ab’Saber, que o caracteriza como diferente de todos os outros domínios morfoclimáticos, existindo o paleossolo vermelho e o paleossolo claro, sendo de clima quente e frio. Denominado um solo jovem, devido guardar materiais ferrosos e primários, sua coloração vêem a ser escura.
O relevo das pradarias se constitui em geral de forma plana com suaves ondulações. Essa característica topográfica facilita o desenvolvimento da agropecuária na região, porém nas áreas onde o tipo de solo é basicamente o arenito, quase não existem árvores e o desenvolvimento da agricultura é feito através da utilização de técnicas modernas de correção do solo e o uso de máquinas.                           
Historicamente devido à ocorrência desse tipo de cobertura vegetal, as pradarias brasileiras foram densamente utilizadas para o desenvolvimento da pecuária extensiva na região. Nas pradarias, a principal movimentação econômica retirada do solo vem com os pastos, bastante comuns nesse tipo de vegetação. Por ser uma vegetação baixa, há mais espaço para o desenvolvimento da pecuária.
A utilização dessas regiões para a atividade agropecuária mal conduzida, a monocultura e as queimadas criminosas, que não dão tempo para a recuperação das gramíneas, estão destruindo as pradarias e transformando-as em desertos.
A agricultura, a pecuária de corte e a industrialização trouxeram vários problemas ambientais, como a degradação, a compactação dos solos, a contaminação e o assoreamento dos aquíferos, devido ao manejo inadequado das culturas. Essa prática em áreas inapropriadas dos campos sulinos tem levado a um processo de desertificação, principalmente em áreas cujo substrato é o arenito, na abrangência das bacias dos rios Ibicuí e Ibarapuitã.
Entre as ameaças ao bioma, destacam-se a expansão descontrolada da fronteira agrícola, a mineração, o sobrepastoreio, a extração de lenha, a invasão por espécies exóticas, o plantio de monoculturas e a caça.
Apesar de sua aparência uniforme as pradarias conservam uma imensa biodiversidade de plantas e animais. Existem varias espécies endêmicas na região, desde plantas e animais de pequeno porte como repteis e alguns mamíferos, e também insetos.

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