segunda-feira, 12 de maio de 2014

Ainda hoje, a devastação da Mata Atlântica é grande

Em 1500, quando a esquadra de Pedro Álvares Cabral aportou no Brasil, a Mata Atlântica cobria 13% de todo o território nacional. Ao mesmo tempo em que o País começava a ser colonizado, iniciava-se, também, o processo de desmatamento da Mata Atlântica.

Hoje, mais de 500 anos depois, existe apenas 7% da vegetação de mata atlântica original. Para a professora Waverli Neuberger, coordenadora do curso de Tecnologia Ambiental e da Agência Ambiental da Universidade Metodista de São Paulo, esse tipo de vegetação é extremamente importante por causa de sua biodiversidade. “As pessoas quando pensam em vegetação e florestas no Brasil, logo se lembram da Amazônia.

A mata atlântica é mais antiga que a Amazônia e, por isso, tem um número de espécies bem maior que dela depende”, disse.

O desmatamento ocorreu de maneira mais intensa há dois séculos, mas no final do século 20 ainda ocorria de maneira acelerada, segundo a professora. “No Espírito Santo e no Sul da Bahia, a mata foi devastada do final da década de 70 até a década de 90”, contou a professora Waverli.

O ritmo de devastação é, hoje, mais lento que no passado. Mesmo assim, uma área equivalente a um campo de futebol é derrubada a cada quatro minutos, segundo a Fundação S.O.S. Mata Atlântica.

Há também um outro problema, o desmatamento seletivo. “Nos satélites só é possível perceber a devastação de uma área inteira. Mas, há também o desmatamento seletivo, quando apenas um tipo de árvore é retirado, sem abrir clareiras”, explicou a professora. Esta retirada seletiva altera ainda mais o ecossistema.

Outro problema apontado pela professora é a substituição da floresta por uma área de agricultura.

“No Brasil, a plantação de soja já está perto do Xingu. Esta soja é plantada para exportação, para fazer ração animal”, disse. Do engajamento ambiental dentro da Universidade Metodista de São Paulo, nasceu o curso de Tecnologia Ambiental, que forma a primeira turma neste ano. O curso e a agência possuem diversos projetos de pesquisa em andamento, como, por exemplo, no bairro Cota 400, na Serra do Mar ou um projeto de conscientização ambiental com crianças. Para o próximo ano, dois cursos de pós-graduação Lato Sensu serão abertos, em parceria com uma empresa de tecnologia ambiental da Alemanha.


Folha de São Paulo 


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