A ovinocultura de corte no Brasil possui alto potencial de crescimento, já que a produção atual não atende a demanda do mercado consumidor, sendo necessária a importação do produto. Apesar de seu potencial de crescimento o efetivo de ovinos sofreu pouca alteração nos últimos anos. Isso ocorre, principalmente, devido a diversos fatores que afetam negativamente a estruturação da ovinocultura no Brasil. Dentre esses fatores estão: o sistema de produção, a escala de produção e constância do fornecimento, o padrão animal, o número de abatedouros e abates clandestinos, preços e importação. Além disso, a ovinocultura sofre com o problema da falta de informação de alguns pecuaristas, que associam a criação e manejo de ovinos às de bovinos e acabam fazendo um manejo equivocado e criando uma expectativa de produção e renda que nem sempre é alcançada, resultando em abandono e críticas a atividade, prejudicando o setor (Reis, 2009).
O Brasil importa carne ovina, sendo o Uruguai o principal fornecedor. A carne ovina uruguaia compete em preço com a carne brasileira e ainda recebe um rótulo de carne especial, ou carne de qualidade superior. Essa competitividade da carne ovina importada afeta os preços pagos ao produtor, além disso, possuem uma maior aceitação dos consumidores em relação à carne ovina brasileira (Viana, 2008).
Atualmente o consumo de carne ovina per capta no Brasil é de, aproximadamente, 0,7kg (FAO, 2007) e é muito baixo quando comparado ao consumo de carne bovina, de frango e suína, respectivamente, 36,5kg, 29,9kg e 10,5kg (Tupy, 2003). Mesmo com um consumo per capta baixo a produção no Brasil ainda não é suficiente, assim, o uso de estratégias que possam levar a um aumento no consumo pode tornar este setor ainda mais atrativo.
Disponibilizar uma ampla variedade de cortes para que todas as classes sociais tenham acesso à carne ovina, estratégias de marketing e, principalmente, melhorar a estruturação da ovinocultura de corte, através da organização dos produtores e aplicação de sistemas de produção viáveis, fornecendo carne de qualidade ao consumidor, são os desafios da atual ovinocultura de corte no Brasil.
No cenário mundial a ovinocultura também é promissora, estima-se um crescimento anual de 2,1% durante o período de 2005 a 2014 (FAO, 2007). A Austrália e Nova Zelândia controlam o mercado internacional da carne e lã. No entanto, é esperado queda no número de cordeiros abatidos na Austrália, devido à má condição das pastagens e elevação no preço dos grãos, além disso, o aumento na demanda interna pode diminuir as exportações da Austrália em 7%. Também é esperado queda na exportação da Nova Zelândia, aumento das importações dos Estados Unidos e estagnação das importações da União Europeia, que continua sendo o destino mais importante da carne ovina (FAO, 2009). Este cenário é favorável a países emergentes na produção e exportação da carne ovina.
Referências Bibliográficas
INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA - IBGE. Produção da pecuária municipal. Rio de Janeiro, v. 38, 2010. Disponível em: Acesso em: 10/03/2012
ORGANIZAÇÃO DAS NAÇÕES UNIDAS PARA A AGRICULTURA E ALIMENTAÇÃO - FAO. Estatísticas FAO - Meat and meat products. 2009. Disponível em: Acesso em: 20/02/2012
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