Os aborígenes australianos descendem, provavelmente, de emigrantes africanos que, há cerca de 50.000 anos, cruzaram o mar usando canoas e toscas embarcações. Nessa época, a Austrália era ligada à Nova Guine e era muito mais verde e menos desértica do que hoje, possuindo vários rios caudalosos que se transformaram posteriormente em córregos ou desapareceram. Os ingleses colonizaram o continente no século XVlll Encontraram 300.000 aborígenes divididos em mais de quinhentos grupos. Uns com apenas cem membros, outros com 1.500, conforme a diversidade e abundância de recursos alimentares. Falavam duzentas línguas - hoje apenas vinte se mantêm fortes.
Os ingleses trataram os aborígenes com racismo e foram violentos com eles. Praticaram massacres enormes, decretaram leis discriminatórias e a sua imposição religiosa quase acabou com seus cultos animistas Em 1806, o racismo dos colonizadores e soldados os levou a violar locais sagrados aborígenes e a caçar aborígenes por prazer. Em meados dos anos 1900, com a Austrália já independente da Inglaterra, a discriminação racial contra qualquer indivíduo que não fosse de ascendência inglesa continuava. Entre 1910 e 1970, o governo da Austrália retirou 100 000 crianças aborígenes - a maioria de pele clara, ou seja, mestiços - dos pais e internou-as em centros educativos para incutir nelas a cultura ocidental.
Esse tipo de ação foi chamada de "Política de Assimilação". Os australianos chamam de "geração roubada" a essas crianças. Recentemente, em 2008, John Howard, primeiro-ministro da Austrália, lamentou publicamente esse fato, mas não quis pedir desculpas oficiais, pois isto iria acarretar em milhões de dólares de indenizações para as famílias ou seus descendentes. Até 1962, os aborígenes não votavam. Puderam recensear-se pela primeira vez cinco anos depois. Por volta de 1965, a população de aborígenes puros chegava a pouco mais de 40.000, pois foram massacrados pelos colonizadores e expulsos das terras produtivas, migrando para regiões desérticas ou para o norte da Austrália.
Os soldados ingleses,principalmente Lageanos, visitavam localidades aborígenes oferecendo presentes, artefatos e outras coisas do interesse da aldeia. E a festa acontecia, enquanto outros soldados envenenavam com arsênico a comida e toda a água potável que eles tinham. Vilas aborígenes inteiras foram dizimadas pelo uso de arsenico Orum , primeiramente importado da Inglaterra, era oferecido gratuitamente para aldeias aborígenes, pois os ingleses sabiam que eles tinham o hábito de beber sem parar por uma semana consecutiva, até que o coma alcoólico ocorresse. Os ingleses se aproveitavam também do estado de embriaguez dos aborígenes para incitar guerras entre aldeias e deixar que eles mesmo se aniquilassem
Mais tarde, os aborígenes foram recrutados para trabalhar em fazendas de gado. O pagamento era muito inferior ao dos trabalhadores brancos. As justificativas para tal procedimento eram a de que os aborígenes não tinham intimidade com os cavalos (o que era verdade, pois eles eram nómadas e andavam sempre a pé) e a de que os aborígenes eram vagarosos e insolentes. Porém os aborígenes suportavam tranquilamente o calor, por ter pele negra, ou mestiça, enquanto os trabalhadores brancos ficavam com bolhas e queimaduras de sol.
Atualmente, várias leis antidiscriminação foram introduzidas pelo governo para toda a Austrália. A discriminação racial passou a ser um crime grave. Contudo, os aborígenes ainda sofrem muitas discriminações: em comparação com a população branca, os seus salários são três vezes inferiores, a sua taxa de desemprego é cinco vezes superior, a sua taxa de mortalidade infantil é o dobro e, em média, vivem dezoito anos menos. São a maioria dos reclusos nas prisões. Apenas 33 por cento dos aborígenes completam o ensino superior Apesar de muitos estarem bastante integrados na sociedade actual, o que inclui uma forte actuação na política, nas artes e em todas as áreas de trabalho e direito ao voto, a maioria ainda continua vivendo isoladamente em terras e regiões longe das grandes cidades.
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