Os protestos na Venezuela em 2014consistem em uma série de manifestações contrárias ao governo de Nicolás Maduro que iniciaram-se em janeiro e perduram até o momento. De acordo os manifestantes, o movimento representa a insatisfação com as supostas violações de direitos humanos,5 6escassez crônica de produtos básicos e altos níveis de criminalidade. O índice de inflaçãochegou aos 56,2% em 2013 e os níveis de escassez chegavam perto dos 20% no mesmo ano.7 8 Numa manobra para tentar conter a inflação e aumentar o poder de compra dos venezuelanos, o presidente Maduro aumentou o salário mínimo dos trabalhadores e pensionistas nos mesmo níveis da inflação entre maio de 2013 e janeiro de 2014: 59%.9 10
De acordo com o presidente Maduro, o que está acontecendo é o resultado de uma "guerra econômica" contra seu governo. O governo declara ainda que o capitalismo e a especulação estariam criando as altas taxas de inflação e criando a escassez generalizada de produtos básicos.11
As manifestações começaram em janeiro de 2014 em resposta à criminalidade do país, logo após o latrocínio da atriz e ex-Miss Venezuela Mónica Spear e de seu ex-marido em uma estrada venezuelana.12 13 A filha de cinco anos dos dois também foi ferida com um tiro, mas sobreviveu. Os protestos estudantis que entraram em curso coincidiram com as comemorações do aniversário de 100 anos da vitória na Guerra de Independência da Venezuela, quando as escassas forças independentistas formadas majoritariamente por estudantes venceram a Espanha. A celebração é feita em 12 de fevereiro e é conhecida na Venezuela como Dia Nacional da Juventude. Essa coincidência ajudou a trazer mais adeptos jovens para os protestos. Em fevereiro, as manifestações cresceram significativamente de tamanho e já estavam sendo realizadas em diversas cidades do país. Nos conflitos que se seguiram, seis pessoas foram mortas e mais de duzentas foram feridas desde 13 de fevereiro.14 Cerca de 180 pessoas foram presas desde meados do mesmo mês.3 15 1615
Desde então, o governo apoiado por militantes da situação e os manifestantes apoiados por opositores de Maduro têm trocando mutualmente acusações quanto as responsabilidades pela violência galopante observada nos protestos. O ex-candidato à presidência Henrique Capriles - uma das vozes da oposição, mas que não tem se envolvido diretamente nos protestos - repudiou a violência e vandalismo utilizados por grupos mais exaltados da oposição e declarou que está certo de que a grande maioria rejeita e condena essas práticas,17mas que ações igualmente violentas do governo e a prisão de opositores não ajudarão a amenizar os conflitos.18 Leopoldo López, um dos líderes oposicionistas dos protestos, pediu que as manifestações seguissem em paz19 e manifestou a sua insatisfação com a violência que estaria sendo empregada pelas autoridades venezuelanas e "milícias armadas" pró-governo. Para ele, somente a saída de Maduro da presidência poderá melhorar a situação do país.20 O governo venezuelano, por sua vez, acusou López de incentivar a violência e incitar um Golpe de Estado, além de acusar o que chamou de "direita fascista" nos protestos, pedindo que priorizem o diálogo direto de líderes estudantis com a presidência e prometendo investigar quem atacar manifestantes pacíficos.21
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