segunda-feira, 21 de abril de 2014

Políticas restritivas a imigração para os EUA

  
IMIGRANTES ILEGAIS NOS EUA SÃO 35,7 MILHÕES
Apesar das restrições, o nº de ilegais aumentou 16%
 

Em meio a discussões do Congresso sobre a nova lei de imigração, os EUA registraram aumento de 16% na população de estrangeiros que vive ilegalmente no país nos últimos cinco anos. O dado foi divulgado pelo Census Bureau, equivalente americano do IBGE.

São 35,7 milhões de pessoas que vivem clandestinamente no país, população maior que a do Estado da Califórnia. Dos quase 300 milhões de habitantes dos EUA, 12,4% não têm cidadania americana.

O número crescente de imigrantes, segundo a pesquisa, decorre do fluxo maior de mexicanos que cruzam a fronteira. Hispânicos representam hoje 17 milhões de imigrantes, dos quais 11 milhões vêm do México. Em segundo lugar aparecem os chineses, 1,8 milhão, e os indianos, 1,4 milhão.

"Basicamente é a continuação da mexicanização" da imigração nos EUA , afirma Steven Camarota, diretor do Centro de Estudos Migratórios.

Apesar de formarem uma comunidade expressiva, os brasileiros não aparecem na lista. O endurecimento na concessão de vistos americanos após o 11 de Setembro e a exigência de visto de entrada no México restringiram o fluxo de brasileiros.

Estimativa feita pelo consulado brasileiro em Nova York aponta 1 milhão de brasileiros vivendo ilegalmente nos EUA. O levantamento, feito a pedido da Folha, é baseado em atendimento a cidadãos, assinaturas de transmissão internacional da TV Globo e serviços itinerantes e emissão de passaportes. Nova York, Miami, Boston,, Newark, Los Angeles, Filadélfia e Chicago, nessa ordem, são as cidades com maior população brasileira, crê o consulado.

Fenômeno inusitado

O aumento dos estrangeiros

Nos EUA vem acompanhado de um fenômeno inusitado: Estados que antes não eram destinos migratórios registraram um crescimento substancial de clandestinos. Dakota do Sul viu sua população de ilegais inchar em 44% desde 2001. Em Indiana e Delaware o aumento foi de 34% e 32%, respectivamente.

"Agora há imigrantes em muito mais localidades pelo pais, e isso traz um impacto social muito grande. Moradores que antes não estavam acostumados têm de lidarcom choque cultural na escola, no trabalho, em hospitais , avalia Audrey Singer, especialista em imigração do Brookiugs Institution.

Os Estados preferidos pelos estrangeiros continuam sendo Califórnia, Nova York, Texas, Flórida, Nova Jersey e Illinois. Los Angeles, com 40,3%, é a cidade com maior número de imigrantes, seguida de San Jose, com 37,9%. Apesar de ter dois terços dos habitantes nascidos fora dos EUA. Nova York não lidera o ranking. segundo o Census Bureau, por ter uma população flutuante grande.

Mulheres de origem mexicana, dominicana e chinesa, segundo a pesquisa, encabeçam a lista de parto em hospitais americanos -forma de garantir permanência legal nos EUA.

"Os imigrantes, mais uma vez, vão definir o futuro deste país , diz Marcelo Suarez Orozco, fundador do Harvard Immigration Project e diretor de estudos migratórios da New York University.

Apesar do temor de muitos, pesquisa do Pew Hispanic Center revela que o aumento de imigrantes não afeta a oferta de empregos para americanos.

Imigração e segurança de fronteira são temas que devempermear as eleições para o Congresso e parte dos governos estaduais em novembro. Para obter apoio conservador para sua lei de imigração, que prevê a legalização de clandestinos no país há mais de cinco anos, o presidente George W. Bush enviou, em maio, 6.000 membros da Guarda Nacional para a fronteira como México.

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