A Teoria Neomalthusiana ou Neomalthusianismo é uma teoria demográfica desenvolvida a partir da reelaboração das ideias do pensador inglês Thomas Malthus (1736-1834). Essa perspectiva, em linhas gerais, preconiza a difusão de medidas governamentais para intensificar o controle do crescimento da população, principalmente em países considerados subdesenvolvidos ou periféricos.
Thomas Malthus, em sua obra Ensaio Geral sobre a População, argumentava que a relação entre a quantidade de habitantes no mundo era desproporcional à quantidade de alimentos e recursos naturais disponíveis, de modo que o crescimento populacional seria muito mais intenso que o crescimento produtivo. No entanto, Malthus não defendia o controle populacional comandado pelo Estado e, muito menos, por meio da adoção de métodos contraceptivos, em uma perspectiva conhecida como malthusianismo.
Após a Segunda Guerra Mundial, o mundo passou por aquilo que se concebeu por explosão demográfica, quando a população mundial começou a aumentar de maneira vertiginosa. Essa taxa de crescimento manteve-se ativa principalmente nos países subdesenvolvidos, em que a população passou a contar, gradativamente, com melhorias sanitárias que possibilitaram a elevação da expectativa de vida.
Por esse motivo, muitos passaram a temer que as previsões de Malthus pudessem, de certo modo, concretizar-se com um eventual caos proporcionado pelo crescimento vertiginoso da população mundial. Em razão disso, muitos passaram a defender a utilização de métodos contraceptivos, afirmando que o nível de desenvolvimento das nações estaria relacionado com o crescimento das taxas de fecundidade.
Portanto, a teoria Neomalthusiana propunha o resgate dos ideais de Malthus com o diferencial de que o Estado deveria estabelecer medidas de controle do crescimento da população, principalmente pela disseminação de métodos anticoncepcionais. Para os neomalthusianos, o desenvolvimento da qualidade de vida e da economia de um país ou região perpassa necessariamente pelo controle da população. Eles apontam que as causas da miséria da população mais pobre são, entre outros fatores, associadas com o elevado número de filhos por família.
Apesar dessa perspectiva ser atualmente muito contestada na Geografia, na Sociologia e nos estudos demográficos, ela foi (e ainda é) muito presente em políticas públicas de inúmeros países, a exemplo do Brasil. Em muitos casos, pílulas anticoncepcionais ou camisinhas são distribuídas gratuitamente ou a preços muito baixos. Na Índia, por exemplo, adotou-se, até mesmo, medidas de esterilização da população em algumas regiões. Soma-se a isso a divulgação na mídia do planejamento familiar com a ideia de que a família ideal é composta basicamente por, no máximo, dois filhos por casal.